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REFLEXÕES SOBRE MEUS CONTEMPORÂNEOS
Charles Pierre Baudelaire
Estranhas heresias introduziram-se na crítica literária. Não sei que pesada nuvem, vinda de Genebra, de Boston ou do inferno, interceptou os belos raios do sol da estática. A famosa doutrina da indissolubilidade do Belo, do Verdadeiro e do Bem é uma invenção do filosofismo moderno (estranho contágio, que faz com que, definindo a loucura, se fale o jargão dela!). Os diferentes objetos da investigação espiritual exigem faculdades que lhe sejam eternamente apropriadas; algumas vezes, tal objeto só exige uma delas, outras vezes, todas juntas, o que só acontece muito raramente e, também, nunca em uma dose ou em um grau igual. Além disso, é preciso observar que quanto mais um objeto exige faculdades, menos nobre e puro ele é, quanto mais complexo, mais bastardia contém. O Verdadeiro serve de base e de objetivo às ciências; ele invoca, sobretudo, o intelecto puro. A pureza de estilo será bem-vinda aqui, mas a beleza de estilo pode ser considerada como um elemento de luxo. O Bem é a base e o objetivo das investigações morais. O Belo é a única ambição, o objetivo exclusivo do Gosto.
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BORGES, DISFARCE DE AUTOR
Guilherme Simões Gomes Júnior
Através da declaração do texto borgiano, o autor descobre que o grande contista argentino foi leitor de outros textos que pululavam na sua narrativa. Assim, ele vê Jorge Luis Borges como um grande leitor de ficção e, mais que isso, um cientista de literatura, havendo entre artista e cientista um disfarce de autor.
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FONOAUDIOLOGIA & LINGUISTICA
Roxane Helena R. Rojo (org.)
Maria Claudia Cunha (org.)
Ana Luiza M. Garcia (org.)
Esta coletânea foi escrita e elaborada por um grupo heterogêneo de professores da antiga “área de linguagem” do curso de Fonoaudiologia, composto por linguistas, psicolinguistas e fonoaudiólogos interessados no debate sobre as relações entre suas áreas e nas possíveis contribuições mútuas trazidas pelas pesquisas em linguística (teórica e aplicada), psicolinguística e fonoaudiologia.
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UM FAZER PERSUASIVO
O discurso subjetivo da ciência
Maria José Coracini
Se a propalada objetividade da ciência já foi bastante discutida, o mesmo não podemos afirmar sobre a “objetividade” do discurso científico. É exatamente sobre isso que a autora trabalha, questionando o posicionamento, muitas vezes passivo, dos leitores consumidores dos textos científicos.
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LOU SALOMÉ
O “elementar” por sob a vida
Salma Tannus Muchail
Presença sedutora e fascinante nos círculos intelectuais de Viena, Berlim, Paris e Roma nas primeiras décadas do século XIX, Lou Andreas-Salomé tornou-se quase uma lenda. Conviveu intimamente com os homens mais importantes de seu tempo e teve importância decisiva nas vidas de Paul Rée, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke e Sigmund Freud, que lhe confiou a análise de sua filha Anna. A obra de Lou Salomé foi vasta e variada. Neste texto, Salma T. Muchail discute especificamente um elemento fundamental que recorre nos escritos da autobiografia de Lou Salomé, Minha vida. Trata-se do que ele chama “elementar”, “aquilo que constitui esta vida particular e ao mesmo tempo faz dela algo indelimitadamente maior”.
